quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal e Próspero Ano de 2010

É sempre Natal… no coração que ama.


Há quase dois mil anos, um homem, uma mulher, alguns pastores sentiram que aquela noite era uma NOITE FELIZ…

Hoje milhões de pessoas sentem que esta noite continua a ser uma NOITE FELIZ…

Deus é AMOR...

E enquanto houver um único coração que ama, Deus continua ainda a nascer, fazendo-se gente... E essa noite continua a ser uma NOITE FELIZ...

A alegria, que lhes desejo neste NATAL, não é apenas uma alegria passageira de presentes, de enfeites, de festas sociais ou familiares... mas uma alegria viva, íntima, sempre actual, porque o NATAL aconteceu hoje no nosso Coração...

É sempre Natal… no coração que ama.

NATAL não é apenas recordar o grande presente que Deus nos deu… Mas ter a coragem de SER O PRESENTE DE DEUS para tantos que não sabem o que é um presente…

Na Belém do mundo, Deus continua a nascer na gruta de um coração que ama…

Quando Cristo veio ao mundo, ele não teve lugar para nascer… Mas ele espera contar com o nosso coração para renascer…

- Seremos nós capazes de abrir o nosso coração para acolher esta dádiva de Deus, o seu Filho Jesus?

Façamos desse Natal o nosso NATAL para Deus.

Façamos de toda a nossa vida um contínuo Natal.

É sempre Natal… no coração que ama.


Amigos caríssimos, votos de um Santo Natal e de um Próspero Ano de 2010.

Cumprimentos,


Diácono PAULO JORGE.

pjorgsa@iol.pt / pjorgsa@gmail.com

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Homilia... III Tempo Advento - C

III Domingo Advento C


Caros irmãos,



O tema deste III Domingo do Advento gira à volta da pergunta. “E nós, que devemos fazer?” A resposta a esta questão repete-se nas leituras: “alegrai-vos”.


“Alegrai-vos sempre no Senhor”, porque o “ Senhor está próximo!” (em aramaico, “Marana-tha”, que significa ainda “vem, Senhor!”. O autor da carta, S. Paulo, grita de alegria (apela) aos ouvidos dos cristãos de Filipos (Filipenses 4, 4-7…escutamos na 2ª leitura). Paulo, o apóstolo dos gentios, exorta os seus destinatários a cultivarem a alegria e a paz, convidando ainda, os filipenses, a confiarem no apoio e na companhia do Senhor. Tenhamos atenção que esta recomendação, de alegria, de S. Paulo, surge num momento em que os cristãos eram perseguidos e ele próprio estava na prisão.


O salmo responsorial antecipa e celebra a vida, ele reforça o motivo da alegria (“Povo do Senhor exulta e canta de alegria”).


E, na 1ª leitura, o Profeta Sofonias (3, 14-18) mantém alta a tonalidade festiva: “Rejubila, filha de Sião!,/ Solta gritos de alegria, Israel!”,/ “porque o Senhor está no meio de Ti!”. Também este intenso convite é para nós, hoje, e deve ser vivido por nós, hoje e aqui, reunidos em assembleia litúrgica festiva, que confessamos uma e outra vez: “Ele está no meio de nós!”

É por isso que essa alegria reflecte-se também neste dia, o “Domingo laetare”, e de forma especial, na cor dos paramentos – “cor de rosa”.


O Evangelho, hoje proclamado, pertence à secção que Lucas consagra à pregação de João Baptista. Encontramos duas interpelações fundamentais: a primeira concretiza-se na pergunta “E nós, que devemos fazer?” e consequente resposta de Jesus; a segunda diz respeito ao anúncio de Cristo feito por João, ele que anuncia a “alegria” pelo Salvador que vem, mas está preocupado com as acções das pessoas.

João Baptista faz um grande apelo à “conversão”, apresenta o caminho da conversão, que garante a alegria e aponta 3 atitudes concretas (ensinamentos) para quem quer fazer essa experiência: às multidões (povo), Solidariedade e partilha com os necessitados: “quem tem 2 túnicas... comida...reparta”; aos publicanos, honestidade e justiça, e aos soldados, que não exerçam a violência e o abuso do poder. O autor salienta ainda o anúncio a respeito de Cristo (vv. 15-18). Isto é, ele aponta, portanto, três caminhos para conseguir a alegria prometida para aqueles que acolhem o Cristo que vem:

- O Caminho da Solidariedade (partilha);

- O Caminho da Justiça;

- O Caminho da não-violência.

E aponta 3 maldições, para nos libertarmos (livrarmos): a ganância, a injustiça e o abuso do poder; realidades que estavam presentes no tempo de Jesus... e que continuam presentes ainda hoje...


O Advento é uma escola de esperança e, por isso, de alegria. Esta alegria fundamenta-se no Nascimento do Salvador, que vem trazer aos mais pobres e deserdados a esperança da felicidade plena. Esta alegria verdadeira não é a que vivemos de fora para dentro – roupas novas, prendas, lautos banquetes, bebidas espirituosas, caprichos satisfeitos, etc.; a alegria verdadeira é, sim, a que se vive de dentro para fora. Portanto, é a alegria de descobrir Jesus Cristo na fé, e fazer com que os outros o conheçam.

Estimados cristãos, há muitas manifestações de alegria que não são cristãs! Preparemos o Natal na alegria, mas na alegria verdadeira. Logo, preparemos um Natal cristão, e não um Natal pagão, ou comercial. Um Natal com Cristo no Centro e no fundamento da festa, e não nos detenhamos nos ornamentos, na figura mística do Pai-Natal, (ou na “Popota” e/ou “Leopoldina”), nos cartões de boas-festas, e noutras vertentes sociais e familiares que, embora louváveis, não passam de “roupagem” de alegria.

O Baptista indica o caminho para deixar encher o coração da verdadeira alegria: basta preparar a vinda do Senhor na própria vida mediante a partilha dos bens com os pobres e mediante a recusa de toda a forma de violência e opressão.


Então, que devemos fazer para preparar o caminho do Senhor? Preparemos pois o nosso coração para receber Jesus neste Natal e tenhamos presente que para encontrarmos esta verdadeira Alegria temos que partilhar o amor cristão com todos os homens. Conservemos sempre a alegria e vamos levá-la para a família, para o trabalho e a todos à nossa volta.

Alegremo-nos e o nosso coração estará em condições para O receber.


Assim seja!


Diác. PAULO JORGE

13.12.2009

Homilia... III Tempo Advento - C (crianças)

III Domingo Advento C

Missa com Crianças

Tópicos para a Homilia (dialogada)

Bom dia,


1. Caminhada de AdventoAbrir para Acolher (referir em breves traços que estamos a meio dessa caminhada de Advento, que toda a “natureza” está motivada para um grande acontecimento: “o Filho do homem que há-de vir sobre as nuvens”…existem já sinais que demonstram que está para breve esse acontecimento tão especial)


2. Estamos no Domingo III do AdventoDomingo da Alegria (um domingo especial, daí a cor do paramento ser “diferente” do usual, ser “cor de rosa”…)


3. Lembrai-vos qual era a pergunta colocada, três vezes, a João Baptista?: (que devemos fazer?”… Pois bem, a resposta a essa questão repete-se nas leituras proclamadas há momentos: “ALEGRAI-VOS”).


4. João Baptista apresenta o caminho da conversão, que garante a alegria e aponta três atitudes concretas (ensinamentos) para quem quer fazer essa experiência: às multidões (povo), Solidariedade e partilha com os necessitados: “quem tem duas túnicas... comida...reparta”; aos publicanos, honestidade e justiça, e aos soldados, que não exerçam a violência e o abuso do poder.

O autor salienta ainda o anúncio a respeito de Cristo (vv. 15-18). Ele aponta, portanto, três caminhos para conseguir a alegria prometida para aqueles que acolhem o Cristo que vem:

- O Caminho da Solidariedade (partilha);

- O Caminho da Justiça;

- O Caminho da não-violência.

Meninos e meninas: estamos num tempo de preparação que se chama?... (“advento”). Continuemos a abrir a porta do nosso coração ao ir à Eucaristia para comungar da Sua Palavra e do Seu Corpo.


5. Dinâmica do Barco... (barco = nossa vida).


6. Olhai, todo o nosso amor a Cristo deverá passar pela Eucaristia, onde Ele se faz presente, e entre pela Palavra e pela hóstia consagrada no mais íntimo do nosso ser; O nosso amor revela-se na hospitalidade e no amor sincero que nutrimos por Cristo ressuscitado, levando-nos a agir e ajudar as pessoas com quem nos cruzamos diariamente; Por isso, o amor tem que ser completo, mas para que seja completo, ele deve ser recíproco. O amor requer uma resposta. “Assim como o Pai me amou, também eu vos amei. Permanecei no meu amor” (Jo 15,9).


7. Compromisso final: continuarmos a abrir o coração com gestos concretos… Esta semana vamos recolher tudo aquilo que não nos faz falta (brinquedos, roupa…) e dar aos meninos que precisam…Assim, somos também alegria para os outros… Recordemo-nos: “a maoir alegria está no dar e não no receber”!


Diác. PAULO JORGE

13.12.2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Agarrem-se!

Caros amigos, partilho um artigo de um economista, Professor Catedrático João Duque.

Trata-se de um texto bem elucidativo da actualidade...tal como afirma um amigo meu, "Ludeo", este artigo é "uma voz que clama no deserto?"...

Quando estamos perto de sermos atingidos por um abalo o grito de alerta comum é: “- Agarrem-se!”, senão “- Fujam!”

Acabaram de sair as estatísticas do desemprego europeu publicadas pelo Eurostat. Todos os portugueses se fixaram nas estatísticas de Portugal, as quais apresentam a horrível confirmação de um indicador de dois dígitos para Outubro (10,2%) depois de um Setembro também ele já superior à marca mítica dos 10%. Estes números acima da taxa média europeia (9,3% para a Europa dos 27 ou 9,8% para a Europa do Euro) assustam-nos, e preocupam muito quem não vê bem qualquer ponta de entusiasmo ou caminho de inversão, tirando umas intenções governamentais de fazer obra pública capaz de absorver ou, pelo menos, não deixar agravar este indicador.

Mas foi ao ler este relatório que pressenti que alguma coisa vem aí.

Se consideram maus os indicadores do desemprego para Portugal, então leiam o que se diz sobre a taxa de desemprego para a faixa etária abaixo dos 25 anos de idade: 18,9% para Portugal, mas mais medonho ainda, 42,9% para Espanha!

Meu Deus! O que é que nós estamos a fazer? Como vão ser estes jovens em adultos? Como é que eles vão lá chegar e em que estado?

Já imaginaram o que é chegarem a um qualquer encontro de jovens (um concerto musical por exemplo) e saberem que a metade dos que não estão a estudar está desempregada? De que vivem? Como se ocupam? Quem os sustenta? Que vícios vão criar? Que hábitos de trabalho vão ganhar para a vida?

Tenho medo, muito medo, das respostas que posso ter a estas perguntas. E sei que o que de mau se enraizar na juventude espanhola vai contagiar-se à portuguesa, como fogo em palha seca.

Quando estive na tropa, um certo dia o comandante de pelotão mandou-me dar Ordem Unida (ensinar a rapaziada a marchar) em plena tarde de um Agosto ardente, numa parada de alcatrão a fumegar debaixo das chispas de um sol abrasador. A razão dele foi simples: "- Quando 40 homens estão para aí, ociosos, começam a dizer mal da tropa!"

Dei ordem de "- Está a reunir!" seguida de "- Em frente, marche..." e assim se calaram aqueles jovens, quase da minha idade, e que, de facto, diziam mal da tropa como eu... Todos nos calámos e assim ocupámos mais uma hora das nossas vidas sem "dizer mal da tropa".

Nas ruas das cidades espanholas não há comandantes de companhia para os mandar perfilar, e marchar para a frente e para trás. Há perigosos ‘drug dealers', há entusiastas fanáticos que facilmente vendem a ira, a raiva e o entusiasmante incentivo à destruição de quem não tem mais do que a mesada dos pais para viver, mas já tem a vergonha de uma idade de querer e não ter para fazer.

Tenho medo e penso que vem aí coisa. Só vos digo: "- Agarrem-se!"...

João Duque, Professor Catedrático do ISEG


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Homilia... XXXIII Tempo Comum - B

Caríssimos cristãos,

Estamos a chegar ao final do ano litúrgico, que se concluirá no próximo domingo. Por isso, a liturgia evoca os grandes temas do “final dos tempos”. Contudo, o grande convite de hoje é o da esperança. Convida-nos a confiar nesse Deus libertador, Senhor da história, que tem um projecto de vida definitiva para os homens.

Em ano dedicado ao acolhimento da Palavra e também em ano sacerdotal somos convidados a acolhermos a Palavra na fidelidade a Cristo. E é essa mesma Palavra que escutamos no evangelho, aquela que “não passará”, mas sim que permanecerá e aquela que encontramos, acolhemos e vivemos. Ou seja, uma vez que nos encontramos aqui reunidos é sinal de que abrimos a porta do nosso coração para comungar da Sua Palavra e do Seu corpo.

As Leituras bíblicas, numa linguagem apocalíptica, estimulam-nos a descobrir, os sinais desse mundo novo, que está nascendo das cinzas do reino do mal. O Evangelho de hoje utiliza uma linguagem um pouco estranha para nós. Esta linguagem apocalíptica é um modo alternativo de falar, bem compreendido pelo povo de então.

- Usa-se imagens fortes e misteriosas, cheias de elementos simbólicos…

- Mas o importante não são as imagens, mas o conteúdo que querem revelar.

- Não pretende adivinhar o futuro, mas falar da realidade actual do povo.

- Não pretende assustar, mas animar o povo em momentos difíceis.

Na época em que Marcos escreveu o seu evangelho, as comunidades cristãs estavam agitadas e assustadas por causa de guerras e calamidades, como a destruição do templo, no ano 70 dC. Para tranquilizar os cristãos, o autor usa uma linguagem apocalíptica, descrevendo a catástrofe do sol e das estrelas e o aparecimento do Filho do homem sobre as nuvens para julgar os bons e os maus.

Esse "Discurso escatológico" de Cristo é o último antes da Paixão. Jesus anuncia a destruição de Jerusalém e o começo de uma nova era, com a sua vinda gloriosa após a ressurreição. Os cristãos não se devem preocupar com a data do fim do mundo. O verdadeiro problema é outro: trata-se de saber como é que os discípulos, como é que nós, cristãos, devemos viver, hoje, neste mundo.

Estamos perante uma catequese sobre o fim dos tempos. A intenção não era assustar, mas conduzir a comunidade a discernir os factos “catastróficos” e o futuro da comunidade cristã dentro da história. Não deviam ver como o fim do mundo, mas o início de um mundo novo.


Todos aqueles fenómenos, passageiros e naturais revelam que somente o Filho do Homem, Cristo e as Suas Palavras, permanecem para sempre. Vede como todos se assustam perante o conteúdo de um filme recente intitulado “2012”, mediante o qual as pessoas acreditam numa ficção sem olharem para a realidade presente. Segundo o filme algo está para acontecer de grave à humanidade indo de encontro àquilo que muitos iluminados têm vindo a prever. Jesus apresenta-nos uma visão totalmente diferente da história, pois, segundo Ele, Deus é criador e se cria é porque ama. Por isso, todos nós, como criaturas amadas e queridas por Deus, devemos criar na história um espaço concreto para o amor, que é a base de toda a relação humana. A maior destruição que pode acontecer é a ausência de fé no Filho do Homem, a falta de amor humano, a destruição dos recursos ecológicos, as guerras e a pobreza, que o homem vai criando em cada tempo.

Por isso, este tempo que vivemos na actualidade é o tempo próprio para não termos medo, é o tempo para construirmos o reino de Deus na terra onde germina a fé, a esperança e a caridade. Isto depende de nós.

Estimados irmãos, terminamos hoje a semana de oração pelos Seminários. Como é do conhecimento de todos essa instituição importantíssima para todos nós cristãos. É, por sua natureza e missão, lugar de escuta da Palavra de Deus, que chama e envia, que convoca e compromete, a todos a e cada um. Ele é uma escola, uma “escola do dom de Deus” tal como afirmou o nosso Arcebispo, D. Jorge Ortiga, na sua mensagem para esta semana de oração pelos Seminários, convidando ainda os jovens, caso sintam o apelo do Senhor, a “saborearem este dom maravilhoso que é Deus”. Como família que é, o Seminário é um tempo de crescimento, em família, em ordem ao amadurecimento vocacional.

Irmãos caríssimos, todos nós temos de continuar a lançar a semente no coração das pessoas, temos que insistir no anúncio e no bom acolhimento da Palavra de Deus… Hoje, é por vós, é por mim, é por meio de cada um de nós, pelas nossas palavras e pelo nosso testemunho, que essa “Palavra que não passa” há-de passar e chegar a quem Deus chama!

Continuemos em oração rezando pelos seminaristas e seus formadores, por aqueles que hão-de ser e pelos que já foram chamados, ao sacerdócio ministerial! Rezai ao Senhor, por todos estes, e também por mim, para que Deus nos conceda a graça de “encontrar sempre a alegria no seu serviço, porque é uma felicidade, duradoira e profunda, ser fiel ao autor de todos os bens” (oração colecta).

Deus está em toda a parte. E passa pelas nossas mãos. Deus é de todos os tempos e conta connosco no nosso lugar. “Nada te perturbe, nada te espante. Quem a Deus tem nada lhe falta. Nada te perturbe, nada te espante, só Deus basta”. (Santa Teresa de Jesus/Ávila)

Diácono PAULO SÁ

15.11.2009